Esse texto escrevi em um ensaio de homilia baseado no livro de Jó.
Nossas almas escutaram a extenuação de um homem. Diante do non-sense de uma resposta absurda aos seus dramas mais interiores e no vórtice da incompreensão humana, o Senhor vem ao encontro de Jó e lhe apresenta o Vértice de tudo quanto lhe obscurece a alma: uma curva, um silêncio, uma lágrima!
Tendo sido tocado à alma por um gládio, sente no centro da vida a dimensão mais humana de sua humanidade e o gáudio mais divino da graça que o faz contemplar, obscuro, um dia novo...
Certamente chegará o dia em que a última espada brandida nas contendas da vida se quebrará, e que a última lágrima será derramada. Dia onde se contradirá com alegria a dor e a tristeza e com a segurança o medo. Mas esse dia não é hoje!
Hoje, nós ficamos e lutamos!
Porque talvez não tivéssemos entendido a violência da verdade e o quanto de força há na suavidade se Deus não tivesse nos levado ao chão da humilhação e nos mostrado que os metais mais preciosos são provados nos fornos de temperatura mais elevada de Amor.
Talvez nosso coração não tivesse se ferido tanto se tivéssemos escolhido ficar no mesmo lugar, mas também nunca teriamos visto o Sol de Amor iluminar a beleza da criação diária de Deus em nós.
Se tivéssemos tampado os ouvidos à voz que nos chama, sofreríamos menos, mas também amaríamos menos e não seriamos felizes.
"Há que se resignar a caminhar no deserto, no frio e na noite, guiado apenas por uma misteriosa estrela, mas a chega é certa!" (Me. Marie Helena Cavalcanti)
Fabiano de Carvalho Silva
Um dia me disse que não compreendia estas palavras, creio que hoje, ainda possa ter uma leitura ingênua. Contudo, estou convicto que o Bom Mestre me concedeu um Jó, palpável, um Jó, amigo, para que assim eu pudesse esperar a contradição da dor pela alegria.
ResponderExcluirOs mais afetuosos agradecimentos, em dívida, Francisco J.M.J