São José
Sobre São José o evangelho não guardou muitas palavras. Seu nome aparece somente 17 vezes ao longo do novo testamento (Mt = 9, Mc = 0, Lc = 6 e Jo = 2). Para comparar, o nome "Maria" aparece, no Novo Testamento, 61 vezes aproximadamente e o nome Jesus 1154 vezes.
Não se registram quaisquer palavras suas e tampouco sua historiografia. Contudo, seu exemplo silencioso é muito eloqüente. Desde o princípio da Igreja, os Padres da Igreja puseram em relevo a figura de São José como guarda da Sagrada Família. Assim se expressa Leão XIII na Encíclica Quamquam Pluries "As razões pelas quais o beato José deve ser padroeiro especial da Igreja, e a Igreja se empenha muito à tutela e ao seu patrocínio, nascem principalmente do fato que ele foi esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui vieram todas as suas grandezas, a graça, a santidade e a glória." (Leão XIII, Pp. Quamquam Pluries 10).
Exemplo de vida doméstica, São José foi esposo casto de Maria e Pai putativo de Jesus e, por isso, é chamado Patrono da Igreja, conforme lembra João Paulo II já na introdução da encíclica Redemptoris Custos: "assim também guarda e protege o seu [de Cristo] Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo" (n. 1).
Humilde e sempre pronto, obedeceu aos desígnios de Deus, mesmo quando não os compreendia. Exemplo de amor fiel a Cristo e à Virgem nos convida a imitação das virtudes dos grandes Patriarcas do Antigo Testamento: Amor incondicional a Deus, Empenho voluntário e amoroso com o plano de Deus, Fortaleza diante dos homens para escolher sempre o bem, pureza para saber ouvir e guardar em seu coração a voz de Cristo, humildade no serviço.
Ao educar aquele por quem se fez o céu e a terra, sabendo que Jesus era-lhe submisso e ao custodiar castamente à Virgem Maria, demonstra na sua humildade e zelo puríssimo o modelo de pai de família, ao mesmo tempo em que é modelo de vida consagrada.
São José é de fato nosso pai, uma vez que estamos unidos a Cristo, e é nosso exemplo uma vez que ele mesmo associa-se à fé aceitando unir-se à Virgem Maria no amor pelo "sim" que ela mesma dera ao anjo na anunciação: "Pode dizer-se que aquilo que José fez [a puríssima 'obediência da fé'] o uniu, de uma maneira absolutamente especial, à fé de Maria: ele aceitou como verdade proveniente de Deus o que ela já tinha aceitado na Anunciação" (João Paulo II, Pp. Redemptoris Custos, 4).
O Papa Bento XVI, em 25/07/2009, por ocasião do qüinquagésimo aniversário da proclamação do Patriarca São José como Padroeiro da Igreja Universal, por Pio IX, nos aconselhou à devoção a São José dizendo: "Se considerarmos as hodiernas calamidades que afligem o gênero humano, torna-se mais evidente ainda a oportunidade de intensificar o tal culto [ a São José] e difundí-lo ainda mais entre o povo cristão".
Hoje nós somos convidados a, imitando São José em suas virtudes, chegar ao Cristo que nos chama ao Pai. Assim, seguindo a trajetória de fé que o Patrono traçou com sua vontade forte de amar, devemos nós caminhar com fortaleza, obediência, perseverança e amor puríssimo para chegar às mesmas glórias com que o Pai Adotivo de Jesus foi coroado: O CÉU!