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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Uma pequena história:

Uma pequena história:

Perto da igreja morava uma senhora cujo marido havia morrido e que passava, com seus três filhos, por grande dificuldade financeira. A vida não estava fácil para a senhora. À bem da verdade, a vida é difícil para muitas pessoas que necessitam do auxílio de outras. Aquela senhora, de modo especial, não conseguia um emprego, pois tinha o cuidado dos filhos pequenos e, o máximo que ela conseguia eram faxinas esporádicas em casas de família no horário em que os filhos estavam na escola.
Uma dos adolescentes do grupo da paróquia percebeu a dificuldade daquela senhora. De fato era uma senhora conhecida do bairro, daquelas batalhadoras que faz o que pode por seus filhos muitas vezes deixando faltar para si, como é próprio das mães que se abnegam em função de seus filhos. A adolescente sentiu-se condoída com a situação e comentou entre o grupinho de amigos que frequentavam à paróquia.
Os animadores do grupo viram uma ótima oportunidade para falar da partilha dos bens e da solidariedade. Usando o texto de Mt 25, 32- 46, mostram às crianças que todas as vezes que dermos de comer a um dos irmãos mais pequeninos de Jesus, é a ele mesmo que o fazemos. Para estimular a dinâmica da partilha dos bens, fizeram uma atividade em que cada um dos adolescentes deveria arrecadar com seus familiares e amigos uma determinada quantia em dinheiro para ajudar aquela senhora, mas deveria ser feito em sigilo para ser uma surpresa.
Os adolescentes se empolgaram, saíram com listas nas redondezas do bairro, pedindo ajuda e superaram as suas expectativas. Junto com os organizadores, foram ao mercado com uma lista de compras e fizeram uma grande compra que seria suficiente para dois meses para aquela família.
Uma das meninas, ao passar por entre as prateleiras, viu num setor de jardinagem do mercado uma linda orquídea. Foi até os animadores e sugeriu que comprassem aquela orquídea de presente para a viúva. Eles ficaram um pouco sem jeito de dizer não, mas também não quiseram assentir com a compra porque lhes parecia um pouco inútil já que os mantimentos eram a prioridade. Então logo se juntaram os adolescentes ali, no meio do mercado, para uma “reunião extraoficial”.
Com o modo peculiar de os adolescentes resolverem as coisas, muitos foram os argumentos tanto em favor quanto contra. As pessoas que observavam aquele monte de adolescentes no meio do mercado discutindo a compra da orquídea, a princípio olharam assustadas, mas depois acabaram se envolvendo também no debate e até o gerente do mercado veio saber o que estava acontecendo.
Em fim, depois de uns longos minutos de debate, o gerente do mercado resolveu fazer uma gentileza e deu como cortesia a tão discutida orquídea para que a viúva fosse presenteada. E os adolescentes saíram felizes com o debate, com as compras e com a orquídea.
Preparam tudo, colocaram um celofane e um laço azul no vaso da orquídea e escreveram um cartão que foi assinado por todos os membros do grupo. No dia marcado se encontraram na Igreja e, de surpresa, foram à casa da viúva. Os adolescentes estavam exaltados quando chamaram no portão da casa e a viúva, meio desconfiada olhou pela fresta da janela e só veio até a porta porque reconheceu alguns rostos entre os adolescentes.
Eles entraram, rezaram e contaram o que tinham feito para conseguir aqueles alimentos. A viúva e as crianças ficaram muito contentes com a variedade de gêneros que os adolescentes haviam comprado para eles.
Foi quando um dos animadores pediu que a adolescente entrasse com a orquídea que havia insistido em trazer. E quando a viúva viu a flor em seu vaso enfeitado com celofane e fitas azuis o ar da sala tornou-se outro e todos os adolescentes estavam com os olhos vidrados no rosto enrugado dos cansaços pela vida estafantemente sofrida da viúva, viram aqueles olhos mareados finalmente deixarem cair as lágrimas que se juntaram desde a chegada daquele grupo.

Todos estavam chorando quando o silêncio foi rompido por um rouco obrigado, embargado entre as lágrimas derramadas pela viúva que continuou dizendo: “a ultima vez que recebi flores de presente foi num aniversário de casamento quando meu marido fez uma bela surpresa ao chegar em casa do trabalho”. E concluiu dizendo: “Obrigado, hoje vocês foram verdadeiros amigos para mim!”.

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