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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Missão


Nota: Escrevi e publiquei este artigo no Jornal Rio Bonito Católico da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição - Rio Bonito/ Centro, no mês de outubro de 2010.
CARVALHO, Fabiano. Vocação, Medos e Armas. Rio Bonito Católico, Rio Bonito, Outubro 2010.





“A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se frente àqueles que pretendem cobrir a variedade e a complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários.”
(Documento de Aparecida, 11)





Com estas palavras o Documento de Aparecida abre uma visão esclarecedora sobre a idéia de missão na Igreja de modo atualizado, sem perder, contudo, a centralidade do mandato missionário: “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mc 16,15).
Colocar Jesus novamente no centro da missão é uma tarefa importante para toda a Igreja que, ao mesmo tempo em que se torna urgente, figura como um impulso natural do coração que, tendo encontrado a alegria de ser cristão, deseja comunicar a todos esse mesmo dom.
A missão, portanto, enquanto é anúncio de uma experiência pessoal com Jesus Cristo tem como base a comunidade dos crentes, a oração e a eucaristia. Esses aspectos não devem ser de modo algum negligenciados na nossa espiritualidade paroquial. Essa é a abertura necessária frente ao mundo para dialogar ao mesmo tempo em que anuncia o mistério da Salvação em Cristo.
Transformar o anúncio do Evangelho em simples expressão de uma pseudo fraternidade universal descaracterizaria o próprio mandato de Cristo de modo que ocorreria uma cisão entre Reino de Cristo e o próprio Cristo o que acarretaria num empobrecimento do mandato missionário.
Essa dinamicidade do anúncio missionário da verdade de Cristo, sugere o Documento de Aparecida, é incrementada pelo método “ver, julgar e agir”: “Este método implica em contemplar a Deus com os olhos da fé através de sua Palavra revelada e o contato vivificador dos Sacramentos, a fim de que, na vida cotidiana, vejamos a realidade que nos circunda à luz  de sua providência e a julguemos segundo Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, e atuemos, a partir da Igreja, Corpo Místico de Cristo e Sacramento universal de salvação, na propagação do Reino de Deus, que semeia nesta terra e frutifica plenamente no Céu.” (Documento de Aparecida, 19)
Sem dúvida alguma, nossa história, mesmo que alguns tentem apagar, está marcada pela influência da Igreja. Neste aspecto, a sociedade em geral é devedora da ação missionária da Igreja. Contudo, esse âmbito histórico não deve nos deixar entorpecido, mas deve nos impulsionar a irmos além e continuar influenciando, contribuindo e corrigindo na sociedade as atitudes humanas.
Nossa missão, deste ponto de vista, se estende para outros âmbitos cuja contribuição moral podemos e devemos oferecer, uma vez que, sendo perita em humanidade, a Igreja deseja defender, como de fato defende, o ser humano em sua integridade, do nascimento à sua morte natural.
Pode-se facilmente perceber que nossa missão não alcança só uma “propaganda” sobre um personagem, mas uma mudança de atitude e uma conversão moral de toda a sociedade, começando pelo individuo.
Diante de todos esses elementos é necessário empreender uma nova reflexão para uma nova atitude missionária de modo a tornar tão efetivo quanto afetivo nosso empenho missionário que leve a bom termo nossos esforços pelo homem e, através dele, pela sociedade. 

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